quarta-feira, outubro 06, 2010

“É tudo improviso, vamô improvisá”...

Improvisar na escrita principalmente. Estava eu feliz e contente escrevendo sobre o mundo geek, mas o texto não foi pra frente. Envolvida com problemas na faculdade, encontrinhos, vicio em seriados, Wonderland aparecendo por aqui, chorona complicada e apaixonante, peças de teatro, DRs que parecem não ter fim e claro a literatura que me encanta com suas sábias e doces palavras (o livro do senhor amor puro chegou aqui e como fazer outra coisa que não lê-lo???); o mundo geek foi ficando distante (porém apenas o texto sobre o assunto... rs). Então tenho a missão difícil de improvisar um texto até eu conseguir terminar as análises sobre Sheldon e sua turma. Então bora improvisar falando de improviso.

Cheguei a 10ª apresentação que assistir do “Improvável” (como já disse: nada de com a nova gramática o “L” tem som de “is”). Pra minha alegria completei esse número em um teatro em que eu tenho muita história e que muitas alegrias me deu. Ainda não assisti o “Improvável” dos sonhos, mas trabalhar a frustração as vezes é bom, né? Como eu vivo repetindo: depois de que se assiste ao “Jogando no Quintal”, tudo fica pequeno (eu sou brasileira e não desisto nunca: vou ficar insistindo até todo mundo que eu conheço assistir). Então na minha lógica não é que o “Improvável” seja um espetáculo ruim, mas sim o fato que de nada é tão bom quanto o “Jogando”. É simples assim. Não é que eu não goste do “Improvável”, eu só não morro de amores.

Vou na base da repetição pra ver se sou compreendida. Os Barbixas estão saturados? Estão, mas não tira o mérito deles. Vamos ver se consigo explicar melhor: mesmo não sendo apaixonada, ao completar a 10ª apresentação que eu assistia do espetáculo, presenciei meu coração se encher de alegria. Motivo? O teatro lotado. Eu já disse que sou absurdamente apaixonada por teatro? Por aquela emoção ao vivo? Então, eu sou. Vejo um bando de adolescente hoje em dia fazendo merda. E quando eu vejo que jovens que podiam estar fazendo merda como os outros, em vez disso estão indo ao teatro prestigiar um produto nosso, me alegra e muito. E se alguma parte desse público ter interesse em outras peças por causa dos Barbixas, me tras uma felicidade imensa.

O problema é realmente assistindo o “Jogando” tudo fica pequeno? Não é implicância minha pelo fato dos Barbixas estarem saturados? Humor de improviso tem realmente graça? Essas questões me foram respondidas quando a convite de um amigo fui assistir o “Dez Improviso” (espetáculo de improvisação da cia “Deznecessários”). Realmente depois do “Jogando”, tudo fica pequeno. Implicância com o Barbixas de minha parte não há. O parágrafo acima comprova isso. Humor de improviso tem graça, mas tem que ser bem feito. Necessita muito estudo e treino. Porque subir num palco pra fazer qualquer coisa, desculpa, mas isso eu mesma podia fazer.

Humor de improviso virou moda assim como o stand-up e na moda todo mundo foi fazendo (ou melhor, achando que tava fazendo) e virou um troço que qualquer um faz, mesmo não sendo pra qualquer um fazer. O fato do baixo orçamento facilita as coisas. Umas cadeiras, uns microfones e está pronto o palco para o humor de improviso. Acredito na teoria do Bruno Mazzeo sobre o stand-up (que o mesmo sirva para o humor de improviso). Que será igual aos anos 80, onde surgiram sei lá, 200 bandas de rock. E o tempo foi passando, passando, passando... E só só tem umas 4, 5...

Em parte da minha implicância com o humor de improviso veio na verdade do Z.É (o Zenas Emprovisadas – grupo do Rio). Logo que meu interesse sobre o assunto surgiu, lá fui eu fazer uma das coisas que eu mais gosto de fazer: pesquisar. E sem muito esforço, achei o Z.É. A primeira esculhambação do Z.É. que me irritou o fato de misturarem esquetes com improviso. Separados já tem gente que confunde e não sabe diferenciar, imagina junto. E o segundo e mais importante motivo pra me irritar: a estensa lista de convidados. Jura que eles acham que aqueles 60 e poucos convidados são foda pra caralho? Alguns até realmente são, mas achar que todos são MUITO bons é foda de acreditar (desculpa o palavreado, eu vim de uma terra onde porra é sinônimo de virgula).

E um grande erro que venho notando nos grupos de improviso é uma falta de quimica em cena. E improviso é quimica. Você precisa ter uma ligação com a pessoa que está no palco com você para fazer uma improvisação de qualidade. Uma ligação para saber e pegar no ar o que o seu parceiro de cena tem em mente. Caso contrário não há improvisação. Só me resta esperar que a teoria do Mazzeo esteja certa.

Um beijo na testa, Odeth

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