sexta-feira, junho 11, 2010

Detalhes...

Eu já contei essa história uma dúzia de vezes ao menos, mas sempre me parece muito superficial. Resolvi deixar aqui um registro mais detalhado para quem quem sabe no futuro se a minha memória estiver mais pra vaga lembrança, eu possa saber como de fato as coisas aconteceram.

Era noite de segunda-feira. Eu lutava contra o sono para assistir ao meu programa preferido na tv. Na bancada de um programa que mistura jornalismo com humor estavam com sempre um ator que durante algum tempo fez parte de uma delícia chamada “Terça Insana”, um homem careca que nos idos dos anos 90 fazia um professor no “Casssss-teloo Rá-Tim-Bum-Bum-Bum” e um jovem que há tempos me divertia fazendo clipes cafonérrimos de músicas conhecidas em um site. Ao sentar na minha cadeira preferida para assistir custe o que custar (perdão pelo trocadalho) o CQC, eu jamais desconfiava que minha vida mudaria tanto. Na verdade minha vida dava ali um start no processo de mudança e eu sequer desconfiava.

Lá pelas tantas o programa já estava igualzinho o meu sono: no meio do caminho. Marco Luque faz uma adorável bobagem imitando o Tas. E eu ri. Ri igual criança. Talvez não pela imitação do Luque, mas pela risada gostosa que o Tas emitiu ao ver a cena. Eu já disse que amo a risada do Tas? As vezes o CQC nem tá tão bom, mas eu vejo ele rindo, me dá vontade de rir também. Risada contagiante (foco, Odeth, foco). Com a risada do Tas me lembrei que não era a primeira vez que o Luque fazia aquela bobagem. No dia seguinte lá estava eu em frente ao pc (sem nome já que o antigo se chamava Russo e ganhou muitas piadas maldosas por causa do nome) para procurar a imitação anterior do Luque. Entrei feliz e contente (larga de prosopopeia flácida para acalentar bovinos, Odeth) no meu site preferido de videos para procurar a diversão. Na pressa (preguiça mudou de nome, sabe gente?) em vez de digitar “Luque imitando Tas” escrevi apenas “Luque”. Com essa pesquisa acabei indo parar nos videos do “Improvável” (batendo sempre na mesma tecla: como diz o Daniel nada de com a nova gramática o “L” tem som de “IS”).

Com os videos do “Improvável” em mãos, fui assistindo, assistindo, assistindo. Olha: quando me dei conta já esperava anciosamente pela quinta-feira com o video novo. Com o diagnostico de que eu estava viciada, fui em busca de “tratamento”... rs. E ai o meu amor por pesquisar ajudou no meu vicio. E pesquisa, pesquisa, pesquisa. Descobri mais sobre os Barbixas. E o video da Santa Ceia é amor mais que puro. E juro de pés juntos e de dedos cruzados de que se os Barbixas fizessem na tv esquetes como as do “Em Breves” (o Coiso é outro exemplo de esquete genial feita por eles) eu não reclamaria tanto (com o perdão do trocadalho em breve tem eu falando de improviso). O bichinho da curiosidade foi além. Resolvi pesquisar por aquelas pessoas que eu não tinha idéia de quem eram.

Minha primeira pesquisa foi sobre... tchan... Marianna Armellini (acharam que era outra pessoa, né? rs). E a Mari (eu bato sempre nessa tecla) é a melhor convidada do “Improvável”. Descobri as Olívias, grupo que a Mari e a Christiane Werson fazem parte. E minha vontade de pesquisar acabou ai. Na época os convidados além da Mari e da Chris eram a galera do “CQC” (Rafinha Bastos, Oscar Filho, Marcelo Tas e obviamente Marco Luque), Marcela Leal (que eu não consegui achar graça até hoje) e Marcio Ballas. Ballas, tão difícil escrever sobre ele. Chega a ser constrangedor. Talvez eu ainda não tivesse captado a essência do Ballas no palco (Odeth, aproveita que tá mentindo e desce do ponei que você pediu enquanto sonhava, minha filha). Era mais simples: eu não gostava do Ballas. Mas dizem que sempre tem um telefonema que muda a nossa vida, né? No meu caso foi um video. Esse:



Depois desse video meu olhar sobre quem é o Ballas no palco mudou um cadim. Não sei nem dizer o que foi, mas mudou. E lá fui eu procurar saber mais sobre o tal Marcio Ballas. Fui parar primeiro nos Doutores da Alegria (L)(L)(L). E depois... Depois de que Odeth? Depois que eu já havia assistido “Doutores da Alegria” o filme (aquele que Cesar, Vera, Paola e Nando me fizeram rir e me encantar horrores), claro, eu descobri o tal “Jogando no Quintal”. Coencidentemente (será que coencidências realmente existem? O destino nos prega cada peça, não é mesmo?) pouco tempo depois o “Jogando” estava aqui na roça para duas apresentações. E ali estava realmente começando a minha história com o “Jogando”. Mas antes disso, voltemos. Quando comprei meus ingressos pra assistir o “Jogando” eu de fato não tinha idéia de como funcionava o espetáculo. Sabia que era algo sobre palhaços. E até então a minha relação com palhaços não era das melhores (mesmo eu tendo assistido e amado “Doutores da Alegria”, faltava alguma coisa, sabe?). E nisso uma frase não para de martelar em minha mente: não é que eu tivesse medo de palhaços, apenas o fato de que eu ainda não havia conhecido os palhaços certos. Quem seriam esses palhaços? A resposta ainda estava por vir.

Munida de ingressos, duas amigas (que sabe-se Deus como eu consegui arrastar pra um troço que eu não tinha idéia do que era – gracias chicas) e algo que mexia (e ainda mexe) dentro de mim e que eu não sabia o que era, fui pro teatro. E eu de fato achava que pela minha relação conturbada com palhaços, eu não fosse gostar. Talvez pela minha falta de expectativas, eu sai do teatro completamente apaixonada por aquele mundo. E ai a minha tara por pesquisa foi minha aliada. Em pouco (mais bem pouco tempo mesmo) eu já estava com o livro do Thebas (“O Livro do Palhaço” – Editora Cia das Letrinhas + ou – R$ 36,00) em mãos. E o Thebas, como eu já disse antes, faz poesia com o nariz vermelho. Impossível ler aquele livro sem ficar com vontade em se tornar palhaço. Isso porque eu ainda não tinha visto o próprio Cláudio Thebas em cena ainda (e juro: uma vez vi o Olímpio fazer uma sereia e foi a coisa mais engraçada que eu vi na vida).

E essa foi a minha história com o “Jogando no Quintal”. Tanta coisa aconteceu em tão pouco tempo. Eu virei Odeth, depois virei Bete. Não tive coragem pra dar tortada (não ao menos na minha palhaça preferida). Virei tema de música. Arrancaram o meu chão. Rhena virou uma cor. Eu não vejo mais bolas de gude mais com os mesmos olhos. Caipirinhas foram-me servidas (e eu só bebi depois de uma certa insistência). E a palavra palhaço foi associada à palavra amor no meu vocabulário. Nem que se (com o perdão do trocadalho) eu fizesse um post GIGANTE, eu conseguiria traduzir a emoção que esses doces palhaços trouxeram pra minha vida. Mas tudo está gravado na minha memória e no meu coração. Como diria uma amiga minha, “Jogando no Quintal” é amor do mais puro.

A vontade que eu tive de contar timtim por timtim como cheguei a esses adoráveis palhaços é a vontade de fazer uma espécie de agradecimento a essas pessoas que me mostraram que um sorriso pode transformar um mundo (eu sei que eu falando parece piegas a beça, mas com o César falando é tão bonito). Obrigada de coração:
G (o homem que tem até troféu pra provar o quanto é fofo)
Ballas (que trouxe mesmo sem saber tanta gente batuta pra minha vida – e eu não tô falando só dos palhaços, não)
César (não existem palavras suficientes pra descrever essa pessoa – o homem do potinho)
Thebas (maior propagandista da Angela um dia eu fui. Hoje sou a maior propagandista de Claudio Thebas)
Nando (exemplo de ser humano)
Paola (a diva – no melhor sentido da palavra - clown – se algum dia Odeth de fato tomar vida e forma, a maior inspiração com toda certeza do mundo será na Manela)
Lú (Lú é tudo o que eu queria ser na vida #simplesassim)
Federal (as mãos do melhor juiz do “Jogando” nasceu Odeth)
Vera (como eu esperei ver a Vera no palco e a espera não foi em vão)
Rhena (sabe aquelas pessoas que a gente vê pela primeira vez e que dá a impressão que conhece há tempos? A Rhena é assim. Deixa a pessoa mais sem graça do mundo – no caso eu – mais confortável impossível)
Allan (como traduzir a espontaniedade dessa pessoa? Não tem como. Ele trabalha com improviso, mas eu não)
Marcão (seu sobrenome é talento)
Gabi (ela trouxe pra minha vida uma expressão que nunca vou deixar de usar – mas vou deixar quem ler isso curioso)
E Álvaro (eu adoro Pelanca com as suas 1001 frases).

Era isso. Meu beijo na testa,

terça-feira, junho 01, 2010

É por isso que amo Leminski...

Eu infelizmente não sei ser outra pessoa...
Fiquem com palavras do melhor dos poetas:

“Temporal

Fazia tempo
Que eu não me sentia tão sentimental”

“abrindo um antigo caderno
Foi que eu descobri
Antigamente eu era eterno”

"A Lua No Cinema

A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.

Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!

Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.

A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
- Amanheça, por favor!"

Passe a Expressão

Esses tais artefatos
que diriam minha angústia
tem umas que vêm fácil,
tem muitas que me custa.
Tem horas que é caco de vidro,
meses que é feito um grito,
tem horas que eu nem duvido,
tem dias que eu acredito.
então seremos todos gênios
quando as privadas do mundo
vomitarem de volta
todos os papéis higiênicos.”

Além Alma (Uma Grama Depois)

Meu coração lá longe
faz sinal que quer voltar
Já no peito trago em bronze:
NÃO TEM VAGA NEM LUGAR.
Pra que me serve um negócio
que cessa de bater?
Mais me parece um relógio
que acaba de enlouquecer.
Pra que é que eu quero quem chora,
se estou tão bem assim,
e o vazio que vai lá fora
cai macio dentro de mim?”

“Eu, hoje, acordei mais cedo
e, azul, tive uma idéia clara.
Só existe um segredo.
Tudo está na cara.”

Eu chovo...
Tu choves...
:*
Odeth